Pais e Mães e Filhos

Cinco dicas para viajar com crianças por grandes distâncias

11/01/2017 • 0 Comentários

Criança é tudo de bom, mas não é fácil. As de hoje em dia, então, não são como éramos. Já nascem empoderadas. Desde cedo, ultra estimuladas. São bem mais mimadas, é verdade. Ainda assim, são muito melhores do que nós quando de tenra idade.

Mas deixemos isso para outra reflexão. Porque a de hoje aborda o fato de que, se em casa não é moleza, viajar com elas, por um bom tempo e para longe, exige uma certa destreza.

Aqui não me refiro àquela viagem fácil, para praia ou hotel com recreação. Mas àquela cujo destino exige horas de avião.

Também não me refiro à viagem para parque de diversão, mas para lugares que, nós, adultos, adoramos e curtimos e temos certeza que não é lugar de criança, não.

Ledo engano, minha amiga. Ao contrário do que nossa preguiça nos indica, você vai se surpreender e se encantar ao ver como elas são capazes de se adaptar a qualquer situação e lugar.

Mas para se evitar uma versão desanimada de Férias Frustradas é preciso preparar o espírito, a alma, e, na mala, muita calma. Daí porque lá vai uma reflexão com cara de recomendação.

1. Flexibilizar
Ao contrário de se imaginar que é a criança que ainda não tem idade suficiente ou não deve aguentar uma viagem que, aparentemente, não lhe é adequada, a verdade é que muitas vezes o problema está nos pais que não estão preparados ou têm preguiça de enfrentar essa jornada.

Daí porque vem a primeira dica: para embarcar nessa empreitada é preciso, sobretudo, flexibilizar. Não para deixar o limite escapar, mas para escolher bem quais brigas vale a pena comprar.

Acredite, você não vai criar um monstro ao dar um pirulito para animar a criança a ter pique para andar, ou deixar ela jogar mais jogo no restaurante na hora do jantar, ou fazer de conta que não viu alguma coisa que no dia a dia da rotina lhe faria bradar.

2. Mudar o espírito de lugar
Além da adaptação para a flexibilização é preciso mudar a frequência da alma para o modo diversão. Explico. Aguentar birra de criança dentro de casa durante seu curto intervalo de almoço, ou no alvoroço da alta estação da cidade aí perto, é dureza.

Mas, vamos lá, aguentar birra no meio de Paris, Roma, Veneza, vai… é moleza… respira fundo, olha a paisagem, que vem a tranquilidade para reverter o momento de terror, que logo passa e vem um de amor. Porque ver seus filhos pequenos encantados com a diversidade da rua, da construção, da população, não tem preço e compensa os momentos de assombração quando eles reclamam que não aguentam mais andar ou o frio extremo ou qualquer outra adversidade do lugar.

3. Administrar
Outra adaptação para conseguir levar os pequenos para viajar não é deles, mas nossa: é que viagem não é lugar para educar, mas administrar.

Você quer dizer que devo deixar ele fazer tudo o que quer? Óbvio que não. Aliás, gente pequena, média e adulto grandalhão há de saber que limite é preciso em qualquer lugar e em qualquer situação.

Não é disso que se trata a dica, não. Mas, sim, de deixar aquela vontade de educar a comer direito, de arrumar a bagunça que faz, de não deixar voltar atrás quando pede feijão e queria macarrão, ou qualquer outra variação de educação e orientação que é fundamental no dia a dia do ofício de quem vive a cuidar.

É nesse sentido a ideia de não pensar em educar, mas administrar quando se sai para viajar. Administrar a fome, o sono, a preguiça, a chatice, a birra, o caos. Nem que para isso seja preciso se valer de algum artifício.

A título de exemplo, recomendo chicletes sem açúcar para animar a caminhada, joguinhos eletrônicos em tablets e celular para aguentar a espera até o avião decolar ou para se ter paz na hora do jantar. Nas horas extremas, recomendo um pirulito, daquele bem grande e colorido, que lhe arrepia a nuca durante a rotina, mas, acredite, vai lhe salvar, no fim do dia, a vida e a programação.

Afinal, as férias também são suas e você merece ter sua própria diversão.

4. Adaptar a programação
Por falar em programação, é de todo recomendável adaptá-la, junto com a alma no modo diversão.

Mas alto lá! Não pense só no que a criança vai gostar. Escolha, para os passeios do dia, lugares que talvez você não iria se ela não estivesse ali mas, no fundo, você adoraria visitar.

Acredite, lugares não tão óbvios para crianças são cheio de espaços incríveis para ela e muito divertidos para você.

Assim, quando o caldo entornar no meio do passeio (e alguma hora ele sempre entorna), fica mais fácil respirar fundo, olhar em volta e lembrar que aquele lugar é não é só para ela, mas para você também se divertir. A dificuldade fica leve e você, rapidamente, consegue contornar a situação e voltar a sorrir. Pronto, o programa do dia foi salvo. Bravo!

5. Lembrar onde você está
E se todas as dicas anteriores e suas reflexões não foram suficientes para lhe fazer fugir da viagem básica para praia ou para hotel com recreações, vá mesmo assim.

Garanto-lhe que no saldo entre momentos de amor e outros tantos de terror, a balança será sempre positiva e, ao final da viagem, você já estará lá, planejando a próxima partida.

E naquela hora que lhe der vontade de matar ou morrer, e se arrepender e gritar por quê? Para quê eu fui trazer? Respire, olhe em volta e lembre-se que você está de férias viajando enquanto poderia estar lá olhando para a cara do chefe, trabalhando ou parado no trânsito ou acamado no hospital ou perdendo horas na rede social, enquanto os amigos e seus filhos postam fotos incríveis de sua viagem para o Nepal.

E ao final, você percebe o quanto  curtiu, se divertiu e o tanto que eles adoraram e, sobretudo, aprenderam a lidar bravamente com a espera em aeroporto, o vai e vem em carro e trem, o frio ou o calor extremos, a fome até achar um restaurante. Pronto! Nasceu um pequeno viajante e uma criança mais tolerante.

Então, já no pouso do avião, você começa a se preparar para o próximo destino, com filho, seja para onde for, porque aprendeu que entre poucos momentos de terror e inúmeros de amor, este aqui vence, sempre.

Vivemos, viajemos para onde desejemos, às vezes sem, muitas outras, com nossos pequenos.
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Patrícia
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