Aquele sobre o qual tanto se escreveu, se leu, se deu, se perdeu, se prendeu, se esqueceu, se enlouqueceu.
Aquele sobre o qual tanto se falou, se apaixonou, se decepcionou, se acabou, se procurou, se encontrou, se magoou, se perdoou.
Aquele sobre o qual tanto se viu, se riu, se traiu, se sorriu, se partiu, fugiu, sumiu.
Aquele que às vezes falta por aí. Que ajudaria a resolver a questão, que ajudaria a acabar com a exclusão, que salvaria a nação.
Aquele passional de adolescente, que a gente, depois de muito tempo, parece que não mais sente, porque cresceu e amadureceu.
Aquele fraternal de amigo, que nunca está sozinho e só melhora com o tempo, igual vinho.
Aquele carnal de marido, que arranha pele, arrepia pêlo, puxa cabelo.
Aquele incondicional de mãe, que não cabe no peito, que é capaz das melhores e piores reações para salvá-lo e protegê-lo.
Ah, esse estranho, desequilibrado, exagerado amor de mãe.
Aquele que se esparrama de orgulho quando ele toca uma flauta pedagógica desafinada, balançando a perna descoordenada, na apresentação de final de ano da escola.
Aquele que se vale dos mais batidos e cansativos clichês, ao dizer que é o maior amor do mundo, porque, no fundo, é mesmo.
Aquele que perde noites em claro quando era bebê, perde noites em claro quando ele começou a beber e sair por aí, perde noites em claro tentando ajudá-lo a saber o que se quer ser e fazer quando crescer.
Aquele que clama para ele não crescer mais. Aquele que clama para ele crescer logo e te deixar em paz. Aquele cuja maior paz é quando ele está dormindo ali no quarto ao lado, protegido e saudável.
Aquele cujo maior medo desde que ele nasceu é, primeiro, que você o perca, segundo, que você lhe falte antes de fazê-lo crescer.
Aquele que lhe faz destroçar a alma quando ouve qualquer história que envolva um mãe que o perdeu.
Aquele que não nasceu sabendo, que vive errando e acertando e tentando.
Aquele que lhe tira a liberdade de escolher o que assistir na TV, que horas acordar, quanto dormir, quando namorar.
Aquele que lhe tira a sanidade quando, no meio do Shopping, ele brada como se o mundo terminasse ali. E você, só quer sumir.
Aquele que lhe concede a chance de dar ao mundo pessoas melhores, que lhe dá a chance de ser melhor.
Ah, esse tal de amor. Todos eles.
Que fazem tudo valer a pena. Que no final do dia, ao término da cena, no fim de uma vida que, espera-se, dure o suficiente para provar o maior e o melhor sabor de todos os tipos e tamanhos e formatos de amor que nos aparecerem.
Aquele que será o que daqui se leva, o que aqui se deixa, o que se vai com a alma, o que no peito de quem está aqui, fica. Amemos.
(Imagem: mensagenscomamor.com)
Eu não consigo descrever o que passa dentro de mim, depois de 16 anos, de mentiras, traições e ilusões; E essa cronica deixa isso todo bem claro; O único problema é AMAR DEPOIS DE TODO O DESMORONAMENTO EM NOSSAS VIDAS…
Oi Adri… puxa… levantar e sacudir e continuar não é fácil depois da queda. E quando ela é ali, bem do alto, a dor na entranha não engana… dói. Grande, fundo e profundo. Por mais que queiramos lhe dizer tudo de bom e de melhor para lhe auxiliar a suportar, às vezes só o tempo mesmo para lhe amparar e lhe mostrar que um amor desiludido é um e não todos. Poderia lhe dizer para não perder a fé nessa coisa estranha, incrível e, infelizmente, às vezes, terrível que é o tal do amor. Mas é mesmo só você, aí dentro, passado o seu tempo, conseguirá voltar a acreditar. Enquanto isso, torço aqui para que os outros tipos de amor – aquele de amigo, de filho (se tiver), de pai, de mãe, de tio, de primo, de bicho, de qualquer outra espécie – possam confortar sua dor.